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Meteorologistas explicam as tempestades que surpreenderam os Emirados Árabes Unidos

Um dilúvio inundou os Emirados Árabes e o país vizinho Omã, nações conhecidas pelo clima de deserto; 22 pessoas morreram. Dilúvio inunda Dubai, nos Emirados Árabes

Um dilúvio inundou os Emirados Árabes e o país vizinho Omã, nações conhecidas pelo clima de deserto; 22 pessoas morreram.

Uma tempestade que durou menos de 24 horas na última terça-feira (16) e que deixou Dubai debaixo d'água por três dias. Muitas ruas e rodovias ficaram completamente inundadas.

Nesta quinta-feira (18) mais cedo, algumas avenidas e também condomínios continuavam alagados. De dentro do avião, quem tentava deixar a cidade contou que a pista parecia um grande lago. Um dos aeroportos mais movimentados do mundo teve que cancelar mais de 1,2 mil voos até a manhã dessa quinta-feira (18).

Um gato se agarrou na maçaneta de um carro para se salvar da enchente e foi resgatado por um grupo de policiais que passavam por ali de bote.

Uma meteorologista, que trabalha no Centro Nacional dos Emirados Árabes, explica que foi um fenômeno histórico. Uma tempestade como essa nunca foi registrada desde a fundação do país, em 1971. Mas ela conta que no mês de abril é comum ocorrer eventos raros e extremos desse tipo, porque há mudanças rápidas nas condições climáticas durante a troca das estações.

Meteorologistas explicam as tempestades que surpreenderam os Emirados Árabes Unidos

Jornal Nacional/ Reprodução

Os Emirados Árabes tem um clima desértico e uma média de chuvas de até 200 mm por ano. Mas na última terça (16), em apenas um dia, choveu mais de 250 mm, de acordo com o serviço climático oficial do país.

A meteorologista ressalta que toda essa tempestade foi natural, e não induzida por métodos artificiais - como a chamada semeadura de nuvens. Essa é uma técnica muito comum nos Emirados Árabes. Como costuma faltar chuva durante o ano, o governo lança aviões que soltam partículas de sais na atmosfera. Essas substâncias interagem com as nuvens e a umidade no ar, favorecendo a condensação de gotículas de água e, assim, induzindo a produção de chuva. Mas o governo local nega que tenha usado esse método antes da tempestade.

Especialistas também afirmam que a semeadura de nuvens teria um impacto praticamente irrelevante em um evento climático de proporções tão grandes.

“A chegada de toda essa chuva já estava prevista dias antes”, confirma um meteorologista da Universidade de Reading, no Reino Unido.

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